terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Puente la Reina-Estella I

21/04/09

O refúgio ficava logo na entrada de Puente la Reina...assim... só pela manhã ao sair da cidade passei pela "Calle Mayor"...sua rua principal.

Dizem que todas as noites acontecem quarenta badaladas de sino...um ritual mantido desde a Idade Média para avisar aos peregrinos que as portas da cidade seriam fechadas.

Se eles tocaram não ouvi...a "sinfonia" no quarto estava alta...


A manhã estava escura e para variar não havia ninguém nas ruas...de longe avistei a bandeira do País Basco.


Só ouvia um abafado toc...toc...toc...toc...
As ponteiras dos bastões para solo duro eram de borracha...mais macias e silenciosas.


A temperatura não ajudava muito...e eu já me sentia cansada pela manhã... hoje seriam 22 quilômetros.


Eu havia saído de casa fazia 7 dias...era uma data chave...se você conseguisse ultrapassar esse período sem desistir significava que teria grandes chances de completar a jornada. 
  
Puente la Reina é uma cidade "jacobea"...termo usado para designar "pueblos" que foram criados essencialmente para abrigar peregrinos em seu caminho a Santiago.


Essa vila deve seu nome à essa ponte medieval de cinco arcos construída em pedras, por ordem da rainha dona Mayor, no século XI...ao passar por cima dela imaginava quantas pisadas ela já teria suportado.


Depois que passei pela ponte o sol apareceu...quentinho...amigo...e deu vida ao caminho.


Esses pequenos presentes da natureza eram sempre muito bem vindos! 


Passei por plantações...a família toda madrugava...trabalhavam juntos...concentrados.


A maior parte do caminho é feita em áreas simples...longe dos centros urbanos.

        

Havia muitos vinhedos com mini cachos de uva...imaginei como ficariam quando estivessem carregados...


As parreiras ora estavam à esquerda...ora à direita.


Também havia  oliveiras...muito verdes...e o sol castigava...

  

Caminhava...cantava...assobiava...pensava...agradecia...meditava.


Admirava as flores...era primavera...comia chocolate...bebia água.


"Continua que ainda está longe!..." pensava se estava certa...pois ninguém ainda havia me ultrapassado.

Estava morta de sede...a água havia acabado.

Água pesa...só um cantil foi pouco...mas não conseguia carregar mais...já havia tentado.

Há quanto tempo essas grandes rochas que pareciam sentinelas estariam ali?


Avistei Cirauqui...outro "pueblo" lá longe...numa elevação...estratégia para proteção contra ataques...que delícia...um descanso à sombra...e ÁGUA!!!!


Lição número um do Caminho...e a mais importante.
Frank, um austríaco bonachão e alegre, me diria  depois..."Nunca saia sem água suficiente!".

Aprendi!

2 Comentários:

Blogger Kerjean disse...

Olá Leila,
No mês de abril não é fácil o clima no Caminho, imagino que deve ter pego um bom frio...
Mas as fotos do seu blog estão lindas. Parabéns!

22 de abril de 2013 às 11:24  
Blogger Leila Liz disse...

Obrigada companheiro peregrino Kerjean...frio em abril?...muito.
Se tiver paciência vá acompanhando.
Abraço!

22 de abril de 2013 às 14:38  

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